terça-feira, 30 de outubro de 2012

APOCALIPSE ZUMBI



“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem”.
Cracolândia Parque União - RJ

Li este poema de Manoel Bandeira, intitulado “O Bicho”, na 4ª série (o Novo 5º Ano), na época, sentia esta realidade esporádica e praticamente um caso isolado, imagino que quando Manoel Bandeira escreveu, ele falava de desigualdade social, e da desumanização que alguns grupos da sociedade sofriam. Tenho certeza de que se Bandeira escrevesse hoje, a sua dor seria maior, o seu lamento seria maior, e o cenário seria o mesmo, um bicho, hoje, um ‘zumbi’.

Ontem eu entrei no ônibus e 3 pessoas conversavam a minha volta, uma conversa ‘mole’, a princípio, mas com o passar do tempo entraram em alguns assuntos relevantes.

Algo me chamou atenção: No final, só vão sobrar as baratas e os ‘crackudos’! 

Nas suas palavras havia um tom de ironia, talvez para ressaltar o crescente número de usuários de crack no Rio de Janeiro, ou por considerar que trata-se de uma nova espécie, que não é humana, e nem animal, que é ‘zumbi’.

Há uma cauterização da nossa mente, enquanto sociedade, desde a época de Manoel Bandeira, para que não enxerguemos o que nossos olhos veem, o mal está aqui. Acredito que não haja uma pessoa sequer, que viva no Rio de Janeiro, e nunca tenha visualizado pelo menos um usuário de crack vagando pelas ruas. Todos tem sua parcela de responsabilidade, o Governo, o Estado, o Legislativo, e nós, porém, em uma ação orquestrada pelo conformismo e pela falta de crença na humanidade, abandonamos nosso dever e fingimos que o problema não existe. É claro, que esta situação não é tão simples de lidar, porém, não são as barreiras e empecilhos que nos justificam.
A igreja, enquanto instituição, busca, pelo menos na teoria, a elevação da condição de seus membros e familiares, e em ultima instância de toda a sociedade. Para uma ou outra igreja, o grau de prioridade vai variar, mas em geral todas elas vão ter este pano de fundo. Agora, analisando esta mesma igreja em um cenário transcendente, a sua função deixa de ser uma mera atribuição, e passa a ser a razão da existência da igreja. Quando uma instituição não faz o que se propôs, ela apenas se frustra ou se consterna, agora quando a Igreja do Senhor Jesus, não faz o que ele manda, ela se desvia e se torna uma meretriz.
Crianças usando Crack
Você pode até achar que eu estou forçando a barra, mas a própria Bíblia traz todos estes conceitos, e nós como Igreja de Cristo, precisamos nos conscientizar. Cada dia mais está aumentando o número de usuários de crack, e se é tão feio de se ver, porque ainda tem tantas pessoas entrando nessa? Cabe a mim, a você e aos cristão de todos os lugares, lutar para levar INFORMAÇÃO aos jovens, adolescentes e crianças sobre o risco que esta e outras drogas oferecem. Não adianta falar só com que está ‘no mundo’, tem que começar em nossa casa. Já vi crianças de 8 e 9 anos, caídas na rua, de manhã bem cedo, elas haviam passado a noite toda se drogando, e vencidas pelo sono, se deitaram na marquise e ficaram até o amanhecer. E ainda há pessoas que acham que as crianças estão livres de suas escolhas. 
A orientação é a única forma de se evitar o crescimento deste mal.

Agora, o que fazer com os que já estão no fundo do poço?
Não dá pra atender as necessidades de todos os usuários sozinho, precisa-se de um grupo, precisa-se de união, podemos melhorar a condição deste podres homens, que caíram; mas sem esperar que eles mudem, ou que façam algo diferente do que suas condições lhes impõe. Nos grandes filmes e seriados sobre o assunto, os zumbis não raciocinam, não avaliam consequências, não medem esforços, eles só querem uma coisa, “cérebro”, é a natureza deles. Se hoje, você decidir trabalhar para o Reino, ajudando estas pessoas, faça sem achar que a gratidão delas irá comover a mudança. SOMENTE o Espírito Santo pode mudar estas pobres almas. Ore com fervor para que Deus mude seus corações, trabalhe com consciência de que nosso trabalho não é vão no Senhor, faça o bem, sem olhar a quem, e sem esperar NADA em troca.
Disse Jesus “Assim conhecerão que sois meus discípulos, quando vos amardes uns aos outros” Jo 13. 35

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ESCREVO O QUE É RELEVANTE


Vivemos numa época onde muitas pessoas têm escrito sobre muita coisa, pra ficar mais objetivo, cada vez mais assuntos não relevantes são considerados úteis para serem colocados nos murais da publicidade. Os nossos blogueiros e twiteiros e, porque não a mais nova classe, os facebookianos têm escrito linhas e mais linhas, páginas e mais páginas de lixo utilizacional, e no meu entender isso não é o pior, como se fosse possível ficar pior. Vivemos a época onde os Grandes Autores não foram lidos, ou só servem de referência vazia, não lemos Jorge Amado, mas o citamos como se fosse nosso vizinho, no meio evangélico não lemos C. S. Leiws, e falamos dos seus conceitos como se fossem nossos, e por fim, no meio cristão não lemos a Bíblia e chegamos ao absurdo de atribuir I Coríntios 13 a Renato Russo. E esses nossos, que acho que já devo fazer parte, “publicitários de conceitos” tem se especializado em plágio sofisticado, nunca antes foi tão fácil identificar o plágio e também nunca foi tão difícil discriminá-lo, é só dizer que segundo Fulano ou que segundo Cicrano, e, no entanto o puro objetivo é a autopromoção, prefiro não falar se já foi falado. Qual o motivo, além da autopromoção, de falar exatamente o que o outro falou? Só vale a pena falar se tem algo a acrescentar, ou uma boa critica a fazer, caso contrário, plágio sofisticado. No meu ver é relevante apontar esta lógica abissal e dizer que enquanto não nos preocuparmos com o rumo do nosso planeta ao invés de olharmos os nossos próprios palmos a serem colocados na calçada da fama, não haverá progresso, somente lixo eletrônico, lixo digital. “Ta na hora de falar, chega de olhar e nada fazer!” Talvez um dia, se até lá ninguém escrever sobre isso com mais nitidez, eu resolva falar do MEU ponto de vista sobre este assunto.

O Preço da Graça



     Hoje eu estava pensando sobre a rotina da igreja de Jesus. Sabe, eu me deparei com alguns limites que são impostos por nós mesmos e depois ultrapassados como uma tentativa psicológica de se martirizar.
Tudo que não faz parte do nosso conjunto “gosto” é pecado, e em contra partida imediata, tudo que faz parte do conjunto “gosto” me é lícito. Entretanto lembrei-me do que nosso Irmão e Colaborador Paulo, disse a Timóteo, na segunda 4. 3 - “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos.” [1]
Vejo dois grandes extremos com relação ao nosso comportamento:

  1. Excesso de Regras visando a santificação – Num papo descontraído com um amigo meu, lembrávamos sobre como o conhecimento pode gerar poder, por exemplo quanto mais se sabe a respeito de uma determinada coisa, mais reconhecido se é. A própria Bíblia afirma isso com as palavras do Jesus “Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!” [2] O conhecimento não permite o engano, e possibilita o domínio. Alguns homens, bem intencionados, eu prefiro acreditar assim, acrescentam regras, e formulas, e métodos, e etc. aos princípios estabelecidos nas Escrituras, com o objetivo de manter o poder sobre eles; quer seja para que não se percam, ou por seus próprios interesses.

  1. Banalização da Graça – para nós a Graça é de graça, mas ela teve um preço muito alto, para Deus, para Jesus, para o Espírito Santo e para o sistema religioso vigente. Muitas pessoas tem transformado a graça que custou tanto, em algo que não vale nada, eliminando princípios e valores bíblicos em troca de uma idéia de sacrifício vão. “Se não seguirmos a santificação nunca agradaremos a Deus, e jamais o veremos, se não tivermos fé de forma alguma deixaremos Deus feliz”. [3] Os atributos necessários para “salvação” são: graça (Pois vocês são salvos pela graça); fé (por meio da fé); e obras (Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta) [4] Sem levar em consideração a profundidade do termo “obras”, vamos nos basear como sendo ele: o conjunto de atitudes e comportamentos que fizeram parte da vida do Jesus. Se eu em algum momento e por algum motivo, faço algo que fuja do padrão que Cristo estabeleceu, eu estou banalizando a Graça de Deus.

Por fim, chegamos à porta da verdade, não dá pra viver bitolado, trancado em um conjunto de proibições que nos impeçam de conhecer e viver a vida, mas também não podemos desperdiçar a vida com coisas vãs, que desvalorizam aquilo que recebemos. Pelo simples fato de termos recebido a Vida Eterna, o maior presente que um ser humano, e conseqüentemente, mortal, poderia receber, devemos viver a vida com toda dinâmica necessária para ser feliz, sem nos esquecermos que temos algo além do que os demais. A Vida Eterna só pode ser plenamente desfrutada através de um exame de consciência constante, no qual a principal questão é: Será que eu estou disposto a pagar por esta atitude? Salomão disse: “Anda nos caminhos de teu coração e segundo os olhares de teus olhos, mas fica sabendo que de tudo isso Deus te fará prestar conta.” [5] Ninguém melhor que o Sábio Rei para dizer isto, após passar por uma vida de fartura, sempre teve a roupa que quis, a casa que quis, a mulher que quis e tudo quanto quis, ele se depara com uma verdade: “Você vai pagar por tudo isso” – O que você tem depositado no Grande banco de apostas que é a vida? “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.” [6]
     Você tem vivido um emaranhado de regras e não tem tido tempo e nem ânimo de viver? Lembre-se de que Jesus veio pregar a Libertação dos Cativos, não se prenda a ideologias baratas que te impedem de ser feliz. Você tem feito tudo que bem entende, sem se preocupar com as conseqüências que isto lhe trará? Lembre-se, "Tudo é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo é permitido", mas nem tudo edifica. [7] A vida é pra ser vivida de maneira consciente e racional, sem se esquecer do que é certo ou errado. Aí vai uma dica, se o que você fez ou faz ou até mesmo vai fazer, precisa de desculpas ou justificativa, não é certo e não terá boas conseqüências; a melhor atitude a se tomar é sempre se questionar: “Em Meus Passos o Que Faria Jesus?” [8]

     Que a Paz de Cristo esteja com Você.



[1] II Timóteo 4: 3 - Versão Almeida revisada da Imprensa Bíblica.
[2] Mateus 22: 29 – Nova Versão Internacional, há uma comparação entre a Palavra e o Poder.
[3] Paráfrase de Hebreus 11:06 e 12: 14.
[4] Efésios 2: 8ª; Efésios 2: 8b; Tiago 2: 17 – Nova Versão Internacional.
[5] Eclesiastes 11: 9 – Versão Católica.
[6] Gálatas 6: 7 – Nova Versão Internacional.
[7] I Coríntios 10: 23 – Nova Versão Internacional.
[8] Referência ao Livro "Em Seus Passos o Que Faria Jesus" de Charles Sheldon.

Apesar dos Pesares



     Existe uma linha tênue que separa o certo do errado, é claro que há contradições gritantes, porém a grande maioria dos atos, acabam passando desapercebidos. Eu tenho tido um olhar critico a respeito de mim mesmo, desde o momento que realmente percebi que sou pecador, talvez você possa se espantar com termo, “percebi que sou pecador”, mas é exatamente isso que eu disse.
     A maioria de nós vive uma ideologia cristã totalmente desvinculada de uma prática de vida, é como se as nossas palavras não tivessem nada a ver com nosso comportamento, no nosso mais intimo interior, sabemos o que é certo ou errado, porém nosso no “raso interior”, [1] formulamos justificativa, internas e externas, para garantir a nossa absolvição diante do tribunal da consciência. O pior é que por muitas vezes essa consciência tranqüila vai levar-nos a um problema muito mais grave, a morte para as coisas espirituais. [2] Um dos meus ilustres professores na FATAP, [3] disse algo que jamais esquecerei: “Nem tudo que dá certo, é certo!” Sem dúvida alguma, trata-se de um princípio que deve ser levado em conta em tudo na vida. Sabe aquele dia que você cometeu aquele pecado que te deixou pra baixo, com aquela sensação de que Deus nunca mais olharia pra você? Pois bem, eu e meus queridos amigos, e também debatedores natos, conversávamos a respeito de nossas limitações enquanto seres humanos, nossas falhas e dificuldades, quando percebemos o quanto Deus, através do Espírito Santo, estava nos usando, tanto através de palavras, quanto abrindo as nossas mentes para entender sobre coisas espirituais. Aí, sabe aquela sensação de que Deus nunca mais olharia pra gente? Pois é, desapareceu, e juntamente com ela a tristeza pelo pecado cometido. Nada mais belo do que contemplar o perdão de Deus, porém, o perdão é uma nova chance de se fazer certo, e não um novo motivo para pecar. Por diversas vezes somos usados por Deus, instantes após ter pecado, por pensamentos, palavras e até mesmo atos, só que isso não acontece porque estamos acima da lei e não precisamos de santificação como os demais, isso ocorre porque Deus é misericordioso e sempre quer nos ver reabilitados.
     O passo mais importante para todo cristão, é o passo depois da queda. Existem duas possibilidades, na primeira o Sujeito é mergulhado em um sentimento de culpa, e conseqüentemente faria tudo, ou quase tudo, para voltar lá atrás e mudar aquele feito; na segunda, o mesmo Sujeito, se arrepende e garante a si mesmo e a Deus que não tornará a fazer. É claro que o sentimento de culpa sempre precede o arrependimento, porém em alguns casos o sentimento de culpa é a estação final. Quando Deus nos conforta com seu perdão, não significa que Ele aprova nossas atitudes. O nosso passo depois da queda vai determinar nosso destino final. Não tenho nem a preocupação de citar os que nem sequer sentem a dor pelo seu pecado, porque estes ainda estão na fase de conhecer, realmente, o Jesus Cristo, falo para aqueles que, contristados, buscam a santificação.
     “Todo aquele que nele permanece não está no pecado. Todo aquele que está no pecado não o viu nem o conheceu.”  I Jo 3: 6.
     Este mesma carta de João, quando mal interpretada, tem servido para definir um conceito de certo ou errado: “Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas. Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus.” [4] E dizem os “estudiosos”: se a sua mente não considera aquilo pecado, maior é Deus. Diante disso lembro-me das palavras do Jesus, aos boquiabertos discípulos: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” [5] Agora, depois desta afirmação, o que os “estudiosos” dirão? Bem, eu não sei, mas busquemos então a vontade de Deus.
     A vontade de Deus é que não pequemos: “Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei.” [6] logo Deus quer que cumpramos a lei, não com o objetivo de nos salvar, mas como parte da santificação, alguns discípulos que pararam de estudar nas primeiras lições, acreditam que a fé é o único ingrediente necessário para ser salvo, e de fato é, porém este ingrediente é formado por uma série de componentes:

  1. Obras – Tg 2: 20 e 22; Mt 5: 16.
  2. Santificação – I Ts 4: 3 e 7; Hb 12: 14.
  3. Amor – I Jo 2: 10; I Jo 3: 15 e 23. E etc.

     Agora, aí vai a dica, não esqueça que o nosso comportamento vai influenciar, diretamente na nossa salvação, se você ainda se mantém na prática do pecado, abra os olhos, você pode até estar indo bem e acreditar que no final vai dar tudo certo, porém a Palavra de Deus é bem clara: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.” [7] A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória[8] então muito cuidado com seu achismo e mais atenção no que a Palavra de Deus tem dito. O verdadeiro segredo para se obter sucesso no discernimento entre o certo e o errado é examinar as Escrituras - “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” [9] Afinal é só dela que vem o poder para vencer o mal e a dúvida.

Que a Paz de Cristo esteja com Você.



[1] Termo para representar uma atitude mental que está em confronto com o que sabemos ser certo ou errado.
[2] Mesma coisa que morte Espiritual, mas prefiro este termo pois difere de qualquer concepção mística.
[3] Faculdade Teológica Adventista da Promessa (extensão Rio de Janeiro).
[4] I João 3: 20- 21 – Almeida Corrigida e Revisada Fiel.
[5] Mateus 7: 21 – Nova Versão Internacional.
[6] I João 3: 4 – Almeida Corrigida e Revisada Fiel.
[7] Gálatas 6: 7 – Nova Versão Internacional.
[8] Provérbio Chinês
[9] Mateus 22: 29 – Almeida Corrigida e Revisada Fiel.