Existe uma linha
tênue que separa o certo do errado, é claro que há contradições gritantes,
porém a grande maioria dos atos, acabam passando desapercebidos. Eu tenho tido
um olhar critico a respeito de mim mesmo, desde o momento que realmente percebi
que sou pecador, talvez você possa se espantar com termo, “percebi que sou
pecador”, mas é exatamente isso que eu disse.
A maioria de nós vive uma ideologia cristã
totalmente desvinculada de uma prática de vida, é como se as nossas palavras
não tivessem nada a ver com nosso comportamento, no nosso mais intimo interior,
sabemos o que é certo ou errado, porém nosso no “raso interior”, [1]
formulamos justificativa, internas e externas, para garantir a nossa absolvição
diante do tribunal da consciência. O pior é que por muitas vezes essa
consciência tranqüila vai levar-nos a um problema muito mais grave, a morte
para as coisas espirituais. [2]
Um dos meus ilustres professores na FATAP, [3]
disse algo que jamais esquecerei: “Nem tudo que dá certo, é certo!” Sem
dúvida alguma, trata-se de um princípio que deve ser levado em conta em tudo na
vida. Sabe aquele dia que você cometeu aquele pecado que te deixou pra baixo,
com aquela sensação de que Deus nunca mais olharia pra você? Pois bem, eu e meus
queridos amigos, e também debatedores natos, conversávamos a respeito de nossas
limitações enquanto seres humanos, nossas falhas e dificuldades, quando
percebemos o quanto Deus, através do Espírito Santo, estava nos usando, tanto
através de palavras, quanto abrindo as nossas mentes para entender sobre coisas
espirituais. Aí, sabe aquela sensação de que Deus nunca mais olharia pra gente?
Pois é, desapareceu, e juntamente com ela a tristeza pelo pecado cometido. Nada
mais belo do que contemplar o perdão de Deus, porém, o perdão é uma nova chance
de se fazer certo, e não um novo motivo para pecar. Por diversas vezes somos
usados por Deus, instantes após ter pecado, por pensamentos, palavras e até
mesmo atos, só que isso não acontece porque estamos acima da lei e não
precisamos de santificação como os demais, isso ocorre porque Deus é
misericordioso e sempre quer nos ver reabilitados.
O passo mais importante para todo cristão,
é o passo depois da queda. Existem duas possibilidades, na primeira o Sujeito é
mergulhado em um sentimento de culpa, e conseqüentemente faria tudo, ou quase
tudo, para voltar lá atrás e mudar aquele feito; na segunda, o mesmo Sujeito,
se arrepende e garante a si mesmo e a Deus que não tornará a fazer. É claro que
o sentimento de culpa sempre precede o arrependimento, porém em alguns casos o
sentimento de culpa é a estação final. Quando Deus nos conforta com seu perdão,
não significa que Ele aprova nossas atitudes. O nosso passo depois da queda vai
determinar nosso destino final. Não tenho nem a preocupação de citar os que nem
sequer sentem a dor pelo seu pecado, porque estes ainda estão na fase de
conhecer, realmente, o Jesus Cristo, falo para aqueles que, contristados,
buscam a santificação.
“Todo
aquele que nele permanece não está no pecado. Todo aquele que está no pecado
não o viu nem o conheceu.” I Jo 3:
6.
Este mesma carta de João, quando mal
interpretada, tem servido para definir um conceito de certo ou errado: “Sabendo que, se o nosso coração nos
condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas.
Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus.”
[4] E dizem
os “estudiosos”: se a sua mente não considera aquilo pecado, maior é Deus.
Diante disso lembro-me das palavras do Jesus, aos boquiabertos discípulos: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor,
Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu
Pai que está nos céus.” [5] Agora,
depois desta afirmação, o que os “estudiosos” dirão? Bem, eu não sei, mas busquemos
então a vontade de Deus.
A vontade de Deus é que não pequemos: “Todo aquele que pratica o pecado transgride
a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei.” [6]
logo Deus quer que cumpramos a lei, não com o objetivo de nos salvar, mas como
parte da santificação, alguns discípulos que pararam de estudar nas primeiras
lições, acreditam que a fé é o único ingrediente necessário para ser salvo, e
de fato é, porém este ingrediente é formado por uma série de componentes:
- Obras – Tg 2: 20 e 22; Mt 5: 16.
- Santificação – I Ts 4: 3 e 7; Hb 12: 14.
- Amor – I Jo 2: 10; I Jo 3: 15 e 23. E etc.
Agora, aí vai a dica, não esqueça que o
nosso comportamento vai influenciar, diretamente na nossa salvação, se você
ainda se mantém na prática do pecado, abra os olhos, você pode até estar indo
bem e acreditar que no final vai dar tudo certo, porém a Palavra de Deus é bem
clara: “Não se deixem enganar: de Deus
não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.” [7] A
plantação é livre, mas a colheita é obrigatória[8]
então muito cuidado com seu achismo e
mais atenção no que a Palavra de Deus tem dito. O verdadeiro segredo para se
obter sucesso no discernimento entre o certo e o errado é examinar
as Escrituras - “Jesus, porém,
respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de
Deus.” [9] Afinal é só dela que vem o poder para vencer o mal e a dúvida.
Que a Paz de Cristo esteja com Você.
[1] Termo
para representar uma atitude mental que está em confronto com o que sabemos ser
certo ou errado.
[2] Mesma coisa
que morte Espiritual, mas prefiro este termo pois difere de qualquer concepção
mística.
[3]
Faculdade Teológica Adventista da Promessa (extensão Rio de Janeiro).
[4] I João
3: 20- 21 – Almeida Corrigida e Revisada Fiel.
[5] Mateus
7: 21 – Nova Versão Internacional.
[6] I João
3: 4 – Almeida Corrigida e Revisada Fiel.
[7]
Gálatas 6: 7 – Nova Versão Internacional.
[8]
Provérbio Chinês
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